sexta-feira, 12 de novembro de 2010

A Linguagem do Coração - revista ZEN Setembro 2010

Desde que não haja alguma deficiência ou problema de saúde todos falamos. Falar é fácil, até dos mais diversos assuntos, independentemente do grau académico, idade e cultura. Todos opinamos e, às vezes, até demais. Mas, será que realmente comunicamos uns com os outros? E a que nível o fazemos?

Há um ditado indiano que diz que quanto mais as pessoas gritam, mais longe estão do coração, e que os apaixonados não falam, apenas sussurram. Muitas vezes gritamos uns com os outros não porque sejamos surdos, mas porque o nosso coração está atolado de revolta, raiva, ódio, ressentimento e expressa-se, deste modo, estridente, ilusoriamente, para tentar apaziguar este fogo interior, mas que na realidade está apenas a ser ainda mais inflamado!

Bloqueios de comunicação

Quando estamos tristes, o nosso tom de voz está enfraquecido, arrasta-se, está sem energia. Por outro lado, quando estamos ansiosos falamos rapidamente, sem pausas. E um susto pode tirar a fala!

Mas, quando amamos, falamos com tranquilidade e com carinho com a pessoa que está diante de nós e, de facto, quanto mais profundo for esse amor mais suave é o nosso tom de voz, por vezes até nem há palavras, apenas silêncio. Duas pessoas que se amam sabem estar ao lado uma da outra, comunicar no silêncio com um olhar de ternura, com um sorriso meigo, uma mão que se toca, um abraço apertado, sentindo até os pensamentos de ambas. O que está ‘impresso’ no nosso coração exprimir-se-á nas nossas palavras e atitudes. É impossível sentir amor e manifestar raiva ou o contrário, e mesmo que alguém o consiga fazer por um tempo, o verdadeiro sentimento irá surgir e se não for exteriormente irá reflectir-se no corpo da própria pessoa, por vezes, de um modo grave, quando não estamos atentos aos sinais de alerta que o corpo vai dando. Por exemplo, muitas mulheres desenvolvem nódulos na tiróide que são diagnosticados, em alguns casos, após divórcios ou momentos difíceis na vida. A nível emocional esta situação está ligada a bloqueios de comunicação, seja pela repressão dos sentimentos seja pela expressão excessiva de autoridade perante os outros. A fala é um grande Dom Divino e cabe-nos a responsabilidade de a utilizar de um modo saudável e positivo, ou não!

Desenvolvimento amor interior

Só com o desenvolvimento do amor interior por nós e pelos outros é que a nossa comunicação pode ser a expressão da linguagem do coração, mas tudo começa sempre no EU. Aprendi com Jasmuheen, que, desde 1993, se alimenta unicamente da Força Universal do Prana, uma meditação muito linda a que ela chama Olhos de Amor e deixo ao vosso critério fazerem a experiência.

Exercício:

Fechem os olhos, respirem profunda e suavemente algumas vezes. Imaginem um feixe de luz rosa, vindo do coração da Grande Mãe Divina, e inundar o vosso coração com essa luz. Sintam essa energia e amor a aumentar cada vez mais no vosso coração e depois imaginem que essa luz de amor sobe até aos vossos olhos e que aí se vai tornando mais intensa. Mantendo essa vibração, abram os olhos e olhem para as pessoas ao vosso redor, sentindo que estão a olhar para elas com os olhos do Amor de Deus.

Este exercício pode ser feito em qualquer momento ou local (excepto a conduzir, claro) e também, com a prática, pode ser feito com os olhos abertos. O importante é a concentração na vibração interior que depois se exterioriza nos olhos. Este olhar de amor é algo natural entre duas pessoas apaixonadas. Vamos fazer o exercício de nos apaixonarmos por nós e pelos outros e, sem dúvida, que muito se irá transformar à nossa volta. Deixo-vos também um desafio para colocarem em prática, pelo menos um dia por semana, e, naturalmente, irão desejar fazê-lo mais vezes, mas, pelo menos uma vez, e escrevam tudo o que forem sentindo ao longo desse dia, refiro-me a experiências boas e menos boas. Por um dia não julguem ou critiquem seja quem for. Expressem apenas palavras de apoio, amor, amizade e gratidão. Este exercício além de elevar a nossa vibração à nossa volta é um exercício de auto-conhecimento, pois vamos sendo confrontados com os nossos sentimentos interiores. Com estas sugestões podemos sentir a linguagem do coração, a linguagem da Nova Era e a Divindade que todos somos. Namasté.

Fonte: revista ZEN Setembro 2010

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