Cada fechadura tem uma chave específica e ao longo da nossa vida vamos encontrando várias portas para abrir. Há quem queira abrir várias portas e desvendar todos os mistérios. Há quem se contente com a única porta que abriu ao nascer e fica por aí. Mas há uma porta especial que ao ser aberta permite que todas as outras se abram facilmente. Esta porta tem uma chave especial, uma chave mestra que só entra na fechadura se colocarmos uma questão: «Quem Sou Eu?» Sem esta questão nem sequer vislumbramos a porta.
A maioria da humanidade vive num padrão de frequência Beta, ligado à sobrevivência básica, a lei do mais forte. Este padrão varia desde a luta pela vida, nos países ou zonas onde a fome é dominante, até às sociedades mais desenvolvidas em que a luta é pela posição social, a carreira, o casamento, a família, o conceito de que valemos pelo que temos e não pelo que somos. O foco está no ‘eu’, ‘meu’, e o mundo que existe resume-se aos cinco sentidos físicos. Falar sobre espiritualidade para quem vive nesta frequência é algo que não faz parte da sua realidade pessoal e é ridicularizado quem o faz.
Temos a chave na mão
Quando vamos além da sobrevivência física e começamos a analisar que a vida deve ser mais do que trabalhar para pagar contas, ou estabelecer uma família, perguntamos: «O que faço por aqui?»; «Existe algo mais?» e, especialmente, «Quem Sou EU?», eis que surge a porta. Temos a chave na mão e começa a viagem para um mundo interior ilimitado. Esta pergunta leva-nos para um padrão de frequência Alfa e encontramos a nossa Divindade Interior. Todas estas questões conectam-nos com a parte de nós que é ilimitada, omnisciente, e que está aqui como um ser Divino vivendo uma experiência humana e que deseja despertar cada vez mais. Ao pensarmos assim, estamos a estimular o nosso cérebro nos padrões da onda Alfa para uma consciência mais meditativa que abra as portas para um conhecimento mais profundo.
Neste estágio, saímos da percepção egoísta do ‘eu’ e do ‘meu’, percebendo que afinal não somos o centro do Universo, mas que existem outros com as suas necessidades e podemos viver em harmonia ou não. Na zona Alfa, percebemos que afinal não somos vítimas, mas mestres do nosso destino e mudamos as nossas atitudes pela meditação, cuidando do corpo com alimentação saudável, fazendo exercícios que nos levam a conhecer o corpo mais profundamente como o yoga, tai chi ou chi kung, começando a ter desejo de passar tempo em silêncio na Natureza e contemplá-la com carinho, a sermos mais compassivos com os outros seres humanos.
«A vida é o espelho da nossa consciência»
Começamos a compreender também que a vida é o espelho da nossa consciência. Questionamos o nosso crescimento interior, a nossa felicidade, os nossos relacionamentos e, cada vez mais temos que ser mais honestos com a nossa alma. Aqui, surgem muitas vezes as crises de meia-idade e deparamonos com ‘coincidências’ e sincronicidades que não conseguimos explicar racionalmente e vamos sendo guiados por um poder superior na vida nesta jornada. Quanto mais tempo permanecemos ancorados no padrão de frequência Alfa, mais vivemos em harmonia com todos os que nos rodeiam e vamos aprendendo a escutar e confiar na nossa voz interior ou no 6º sentido da intuição, que é a voz do nosso ser verdadeiro – a Divindade Interior. Daqui podemos passar para o padrão de frequência Teta, em que nos sentimos ‘um’ com o todo, uma consciência unificada, como se fôssemos uma pequena célula no corpo deste organismo Divino que emana amor puro. Neste campo, podemos ver Deus em tudo e todos e reconhecer a perfeição da criação, dos ciclos naturais de vida, desaparecem os sentimentos de separação e percebemos que a nossa Divindade é eterna e que a morte é apenas uma ilusão. De seguida, vem o campo de frequência Delta, este é o reino de ‘Tudo O Que É’, da consciência perfeita, do alimento do Prana.
«Quem Sou EU?»
O mais importante a reter é a reflexão que precisamos fazer sobre nós mesmos, a chave dos mistérios da vida está na nossa mão. É uma chave mestra que nos dará acesso a tudo consoante o percurso que depois quisermos percorrer. «Quem Sou EU?» A consciência da Divindade que nós somos não vem de fora, está dentro de nós. Podemos procurar muitos livros, seminários, informação da anatomia física, dos corpos subtis, dos chakras, de todas as terapias, mas enquanto não fizermos esta pergunta todo o conhecimento se torna como livros empoeirados numa estante.
A chave mestra está na nossa mão. Somos seres divinos embora, por vezes, nos possamos debater com dificuldades na vida e duvidar, mas a partir do momento em que ouvimos a resposta no nosso coração à pergunta fundamental da vida, entramos num caminho do não retorno, que pode ser mais apertado ou não, conforme nos formos libertando da carga desnecessária. «Quem Sou EU?» Perguntem a vós mesmos, mas não virem as costas, esperem para ouvir a resposta. Namasté.
Fonte: revista ZEN Novembro 2010
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