Colheita de sementes
As sementes de tomate devem ser recolhidas de frutos bem maduros aos quais se espreme o conteúdo, depois de cortados ao meio, para dentro de uma tigela. No caso de haver mais do que uma variedade, convém rotular as diferentes tigelas, que se colocam num local quente, à sombra.
Ao fim de 2 a 3 dias formar-se-á uma película de bolor à superfície de onde resulta uma fermentação que destruirá a película gelatinosa que envolve as sementes, o que será benéfico para a sua futura germinação.
Este processo origina um cheiro nauseabundo, razão pela qual não se deve realizar dentro de casa.
Depois de 3 a 4 dias no máximo, deve retirar-se o manto de bolor, adicionar água e passar por um crivo, esfregando levemente as sementes até estarem limpas.
Por fim espalhá-las, numa só camada, num prato de loiça ou outra superfície, que não deve ser nunca de madeira nem de papel para não aderirem. Depois de umas horas, convém esfregar as sementes para se soltarem umas das outras.
Uma grama contém entre 300 a 400 sementes. A sua viabilidade é muito variável, e pode ir de 4 a 10 anos, conforme as variedades.
Usos culinários O tomate, com a sua dupla identidade de fruto/legume, consegue reunir uma enorme diversidade de usos na cozinha.
Pode ser transformado em compotas e sumos, sendo, no primeiro caso, importante juntar-lhe o aroma da canela. Como sumo pode ser bebido simples ou temperado.
É um ingrediente importante na confecção de sopas e guisados, e no Alentejo, faz parte da receita de algumas açordas. Mas também pode não ser de todo transformado e comido cru, simplesmente em saladas.
Neste caso, para além dos vulgares temperos, fica especialmente bem quando aromatizado com manjericão fresco, orégãos ou cebolinho.
De notar que, ao contrário do que acontece muitas vezes entre nós, em especial nas saladas, o tomate não deve ser utilizado quando ainda está verde. Esta sua coloração deve-se à presença de um alcalóide, a solalina, que é tóxico e não deve, por isso, ser ingerido.
Fonte: GORGULHO - Boletim Informativo sobre Biodiversidade Agrícola
COLHER PARA SEMEAR – Rede Portuguesa de Variedades Tradicionais
ano 4 . nº6 . Verão de 2007
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