Descubra a que faz bem e o que fazer para ter um pessegueiro no seu jardim
O pêssego é das frutas mais ricas em vitamina A, sendo rica em vitamina C, B e A, tendo bons níveis de ferro, Potássio, fósforo e magnésio.
Na culinária, é utilizado muito em tartes, doces, conservas, licores e sumos. A nível medicinal, as flores e as folhas tem propriedades calmantes e o fruto atua como energético, diurético, laxante e depurativo.
Apesar de o seu nome científico P. Persica, o pessegueiro é originário da China e não da Pérsia. Na China já se mencionava esta variedade em poemas do século X a.C. No entanto, já era cultivada no Médio Oriente (Irão), no ano 100 a.C., sendo muito mais tarde introduzida na Europa, em Roma, pelo imperador Claudius.
A título de curiosidade e cultura geral, o pessegueiro foi introduzido no Brasil por Martim Afonso de Sousa em 1532. As primeiras árvores que aí foram plantadas foram trazidas da ilha da Madeira. Entretanto, muita coisa mudou. A China e a Itália são atualmente os maiores produtores mundiais de pêssego.
O pessegueiro tem uma vida produtiva de 15-20 anos, com entrada em produção aos 3 anos e atinge a plena produção aos 6-12 anos. Esta árvore pode viver mais de 25-30 anos. As flores têm a coloração rosada ou roxa e surgem no início da primavera.
A maioria das variedades são auto-férteis, não necessitando de outras cultivares para ter produção. A polinização pode ser feita pelos insetos (abelhas) ou pelo vento. Relativamente às técnicas de cultivo, deve-se utilizar uma subsoladora, para romper o solo e permitir a infiltração de água e o seu arejamento, não revirando as camadas. As multiplicações são feitas por estacaria (enxerto de gema) e cultura em vitro.
A data de plantação recomendada acontece ao principio do inverno até ao início da primavera. Deve ser feita com um compasso de 4x5 ou 6x6. A poda tem geralmente lugar no fim do inverno em forma de vaso ou eixo central e deve-se colocar uma camada de 2,5 cm de mulching (palha ou outra erva seca).
Podemos plantar algumas culturas hortícolas entre as linhas do pomar, nomeadamente ervilhas, feijão, melão, alface, nabo, tomate, colola, alho e batata-doce, todas até aos quatro anos de vida da árvore. A partir desta data só adubo verde. Só se deve regar em verões secos, por gota-a-gota e intensificar desde a formação do crescimento do fruto.
O pêssego não suporta geadas tardias e ventos fortes, é sensível a carências de ferro e pouco tolerante ao encharcamento. A colheita é feita em julho e agosto mas também pode ocorrer entre o final da primavera e o princípio do verão, quando a cor (adquire uns tons mais avermelhados), a firmeza da polpa (fica mais mole) e o perfume (fica com um cheiro mais intenso) se alteram.
Texto: Pedro Rau (engenheiro hortofrutícola)